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Jorge Ascenção

Jorge Ascenção na edição de 2014 da Corrida do Dia do Pai, no Porto.

A experiência EM'Força

O Jorge é psicólogo clínico na SPEM e está ligado à EM'Força desde o seu início. Do ponto de vista do papel que o Desporto representa na qualidade de vida de alguém com EM, como avalia a importância da existência de uma equipa deste tipo?

Esta ideia, este projeto e esta equipa são da maior importância. É concretizar a ideia de que a pessoa com doença crónica não é incapaz. Pode estar limitada, mas também pode - e deve - explorar esses mesmos limites. Com o Desporto e a perseverança, aumentará a margem de segurança desses limites que lhe são impostos. Pode ter “nas suas mãos” um maior controlo sobre a sua doença e sobre o seu futuro, independentemente da forma como escolhe praticar esse desporto. Esta equipa permite também à pessoa sem EM apoiar uma causa, conhecer melhor esta realidade e, simultaneamente, tratar de si mesma. A EM'Força é um exemplo.

 

Qual acha que tem sido a reação das pessoas que são acompanhadas pela SPEM em relação a esta iniciativa?

Todos aqueles com quem mantive contacto têm uma reação muito positiva. Não só sentem no projeto a confiança que o mesmo necessita, como contribuem muito facilmente para o seu funcionamento. Seja com ideias, com participação em eventos, com a divulgação dos eventos da EM'Força, todos participam. Procuram mesmo saber mais acerca da EM e das pessoas que lidam com esta doença diariamente.

 

Na sua opinião, qual a importância de reforçar esta componente da atividade desportiva no âmbito da sensibilização para a EM?

A EM'Força surge como antítese do fantasma da “cadeira de rodas”. Muitas vezes a reação de quem conhece a equipa é: “como é que alguém com EM pode fazer parte de uma equipa destas?”, “Como é que pode correr?” E isto acontece seja uma pessoa com ou sem EM. A partir deste momento começa o esclarecimento das dúvidas. O reformular da informação. Muitas vezes existem situações em que fornecemos mesmo informação fidedigna pela primeira vez às pessoas com nenhuma, pouca ou má informação acerca da EM. Este papel da EM'Força é muito importante.

 

Qual o peso que tem – ou deveria ter – a atividade física para uma pessoa com EM?

Costumo referir dentro e fora das consultas que o Desporto é essencial para todos nós. Se acrescentamos a isto um quadro de EM, aí o Desporto passa a indispensável. Cabe a cada um encontrar nas suas limitações (as reais, não as geradas pelo medo ou pela falta de informação) o espaço para o desafio no Desporto mais confortável e que lhe traga mais prazer.

 

Em relação ao percurso desportivo do Jorge. Quando começou a correr com a nossa camisola, já corria ou praticava outro desporto?

Comecei no Desporto muito cedo com o futebol. Fui federado em alguns clubes mas, no inicio da Faculdade, as circunstâncias levaram-me ao futsal amador. A par disto, sempre fui um fiel aluno de aulas de grupo em ginásios. Infelizmente, tive que abandonar o futsal devido a uma lesão no joelho esquerdo, o que me permite correr mas “sem abusos”. Deste modo, a EM'Força trouxe-me excelentes motivos para correr. Mantendo a restante atividade física para honrar a camisola! Hoje em dia, os atletas da EM'Força têm colocado a fasquia bem alto!

 

O que o levou a correr com a EM'Força?

Vestir a camisola da EM'Força é especial. Sinto-o sempre que a visto. É ser atleta e agente ativo na divulgação de uma doença, de uma associação de apoio e de um grupo de Coragem. O grupo de todos os outros atletas, com e sem EM, que partem e correm comigo e que me esperam na meta. É também o grupo das pessoas com EM que não podem correr ao meu lado mas que seguem no meu pensamento. É uma camisola que representa muito para mim e para muitos. É um orgulho fazer parte [da equipa].

 

Qual o objetivo inicial?

Participar e ir mais longe. Respeitar os meus limites desafiando-me a fazer melhor. Seguir o exemplo de outros e poder ser exemplo para alguém.

 

Tem algum objetivo traçado neste momento?

Para quem não corria grandes distâncias, as duas meias maratonas de 2013 foram já um grande objetivo. Eventualmente o próximo será a maratona do Porto em 2014 ou 2015.

 

Como é que faz a preparação?

Corro duas vezes por semana um mínimo de 10 Km e treino, para além disto, 3 vezes por semana em outros exercícios. Aquecimento e alongamentos são essenciais. Em termos de alimentação, tento que seja equilibrada todos os dias independentemente dos treinos. Contudo, quando me aproximo de alguma prova trato de aumentar o consumo de água, fruta e hidratos.

 

Para aqueles que já nos conhecem mas ainda não abraçaram o desafio de correr por nós, o que lhes diria?

Conheçam a doença, conheçam o projeto, conheçam as pessoas e a SPEM. Corram ou caminhem uma vez connosco. As próximas vezes já não precisam de mais motivação.

 

O que gostaria que a EM'Força fizesse por si?

Mais eventos, mais facilidades em participar nos mesmos (descontos, ofertas,…), mais variedade nos eventos, workshops em métodos de treino e em diferentes desportos, melhor equipamento técnico. O objetivo será sempre melhorar!

 

Numa palavra: correr pela EM'Força é…?

Liberdade!

Abril 2014

Objetivos alcançados

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Jorge Ascenção com a atleta da EM'Força Luísa Matias na Corrida do Dia do Pai, em 2013, no Porto.
Jorge Ascenção no segundo treino da EM'Força no Porto, sob a sua coordenação.
Jorge Ascenção durante a Meia Maratona Sport Zone, no Porto, em setembro de 2013.
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