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Pedro Mendes da Silva

Pedro Mendes da Silva no Louzan Trail, em junho de 2014.

Objetivos alcançados

A experiência EM'Força

Como ficou a conhecer a EM'Força?
O conhecimento da EM'Força surge através das provas que realizei, cruzei-me com amigos que já vestiam a camisola da equipa e confesso que fiquei curioso, através do Facebook tive conhecimento da causa e explorei mais a fundo em que consistia representar esta equipa e o que era preciso para ser seleccionado.

O que o levou a correr com a nossa camisola?
Ao ter conhecimento da causa e perceber o que movia os outros atletas a vestir “a camisola”, tive a certeza de que era o que eu precisava: correr em provas era algo que já vinha a fazer, por que não associar a minha corrida a algo tão precioso como correr por quem não pode? E, claro, o facto de apenas requererem a nossa presença em corridas e não exigirem mais dos atletas do que a simples participação para divulgar uma causa como esta foi o mote para me associar.

Como tem sido o seu percurso até agora no Desporto?
O Desporto e eu nunca fomos muito chegados, embora tenhamos tido alguns encontros. Na minha infância todos jogavam futebol, no entanto, eu era o elemento a evitar na equipa, ficava sempre para última escolha e de preferência a suplente. Por vezes, calhava-me a baliza por ninguém querer, não que esta fosse o meu forte.

 

Por falar em forte, sempre tive uma especial tendência para ter uns quilinhos a mais, o que levou os meus pais a tentarem arranjar-me um Desporto, o que não foi fácil, pois além do pouco jeito a vontade - confesso - também não era muita. Surge então o karaté, que frequentei durante 8 anos e nesse tempo consegui estar de bem com o meu peso.

 

Atingida a maioridade, desisto do karaté e viro-me para o ginásio. Foi sol de pouca dura pois cedo me apercebi que estava mais inclinado para as noitadas. Escusado será dizer que, ao longo dos anos, o peso resolveu voltar.

 

Há 3 anos tive o “clique” de que precisava: estava com peso a mais e, numa tentativa de acompanhar um passeio de 20 Km de bicicleta, saíram os planos furados. Pensando eu que para tal bastaria ter bicicleta - eu tinha e estava quase nova, pendurada na garagem, qual moldura iluminada -, lá segui viagem. Não fiz 20 mas fiz 2 Km.

 

Algo estava mal, já tinha 2 filhos pequenos e sentia que se precisasse de os acompanhar numa brincadeira não tinha fôlego. Estava decidido: para  o ano seguinte o objectivo estava delineado, concluir esse mesmo passeio. Muito treino depois, com cortes na alimentação e feito, objectivo superado. Posto isto, precisava de outros objectivos.

 

Como o meu filho mais velho andava no ténis e eu passava uma hora com ele lá resolvi inscrever-me no mesmo horário para não estar parado e ao mesmo tempo ocupar essa hora. Foi uma enorme ajuda na perda de peso. Acompanhado de regras nas refeições, passei de 84,5 Kg para 68,5 Kg.

 

Entretanto, a minha vida desportiva começa a mudar, a minha esposa e eu começámos a experimentar a corrida por intermédio de amigos e começámos a entusiasmar-nos. Foi uma força especial ter sido com ela, confesso. Daí até chegar às ultras foi um salto.

 

A primeira inscrição numa prova surge em 2013, na I Scalabis Night Race. Os meus primeiros 10 Km. Parecia assustador, até porque fui para a prova sem nunca ter corrido 10 Km seguidos - o que poderia ter corrido mal. Mas o ambiente de prova, o estar a correr em “casa”, nada podia correr mal, e, chegado à meta, fiquei contentíssimo e pensei que se tinha conseguido esta conseguiria muito mais.

 

De seguida, inscrevi-me nas Fogueirinhas (5 Km), pois tinha medo do “bicho papão” dos 16 Km que eram as Fogueiras e depois de fazer as Fogueirinhas percebi que os 5 não eram a minha praia, tinha de arriscar mais. Próximo objectivo: os 25 Km do TNLO (Trail Nocturno da Lagoa de Óbidos). 25 Km? Sim, 25 Km. De noite? Sim, de noite. Só podia estar doido, mas confesso que, depois de ter superado esse objectivo, a vontade de correr e participar em provas passou a ser maior, principalmente em trail, pois não sou atleta de velocidade, mas acredito ter alguma resistência, e daí começar por aumentar as distâncias.

 

A corrida como que passou a ser o meu vício. Na corrida de Santarém conheço mais atletas das Caldas da Rainha que se tinham reunido para essa prova e organizado um grupo para a mesma (o grupo de corrida que ainda hoje acompanho o “Não Fazemos nem mais um... Km”). Passei a correr com eles, marcávamos treinos no Facebook e, há precisamente um ano, lançámos o desafio aos habitantes das Caldas da Rainha e marcámos na agenda dos Caldenses o horário de quarta-feira às 21h30 para uma hora de corrida/caminhada, o que ainda acontece.


Porquê correr?
Porque neste momento não me vejo a não correr, ajuda-me a manter o peso, a estar de bem comigo próprio, pois o facto de ter a minha auto-estima sobrevalorizada ajuda-me em todos os sentidos na minha vida, quer pessoais quer familiares quer profissionais. Digo isto pela corrida como poderia dizer por outro desporto, contudo, neste momento, a corrida preenche-me. Mas acredito que cada um deve encontrar algo que o satisfaça para poder estar de bem consigo próprio. O bem-estar físico dá-nos uma motivação excepcional e eu, que lido com objectivos na minha profissão, pois sou vendedor, preciso dessa motivação extra.

O Pedro estreou-se em provas pela EM'Força no passado mês de Junho e, em apenas duas provas, somou quase 50 quilómetros. Quais foram as primeiras impressões no final da primeira conquista?
Foram fantásticas. Como mencionei anteriormente, a motivação para mim é muito importante. Inscrevo-me em cada prova com o intuito de a terminar quer em mais tempo quer em menos, o importante é terminar, pois sei que cada prova é única e nem sempre estamos nas mesmas condições físicas. Porém precisamos de algo mais, de uma motivação extra. Eu quando corro penso sempre na felicidade dos meus filhos e da minha esposa por me verem chegar ao fim. A pergunta dos pequenos é sempre a mesma: “Ganhaste papá?”. E isso para mim é fantástico.

 

Mas poder correr por alguém que não pode ainda me veio dar mais força, pois se, a dada altura da prova, nós pensamos "quem é que me mandou vir para aqui, estava tão bem em casa a ver um filme", assim que olhamos para a camisola "mágica” e nos apercebemos que muitas pessoas estão dependentes da nossa presença nas provas, para darmos a conhecer a causa e para colocar a Esclerose Múltipla na boca das pessoas e afinal dar a falar de algo que, assim como para mim era desconhecido, acho que só isso já é importante e já me dá alento.

 

Encontrar colegas de equipa em prova que não conhecemos mas metemos logo conversa é outra sensação de não estarmos sozinhos. A primeira conquista penso que tenha sido especial, principalmente porque sabia que estávamos pertíssimo da barreira dos 5 mil quilómetros, objectivo que tinham estabelecido e eu iria contribuir com uns singelos 33 Km. Foram por demais importantes e deram-me força para os fazer.

Como é sentir a força desta causa na chegada à meta, com tanta gente que não pode correr a apoiá-lo?
É indescritível, pois nós atletas tendo a possibilidade de correr não temos a noção do que é não poder correr, embora por vezes possamos passar por momentos menos bons como é o caso de lesões e eu passei por uma e pensei que teria de abrandar nas corridas ou mesmo parar, mas felizmente passou e estou aqui pronto para correr muitos mais Km pela EM'Força. Todos os apoiantes são a nossa força extra para continuar.

Como tem sido a reação das pessoas que se cruzam consigo nas provas e vêem a camisola que nos une?
Penso que a camisola "mágica” já dá que falar, já muitos atletas a vestem e penso que a tendência será para muitos mais vestirem, pois tratando-se de uma equipa de cariz solidário, muitos atletas que passam a conhecer a causa pensam em aderir, como foi o meu caso e não temos de ser atletas de topo, pois eu certamente não sou.

O que sabia sobre a Esclerose Múltipla antes de correr com a nossa camisola?
Para ser sincero, apenas sabia o nome e que se tratava de uma doença, contudo pormenores não sabia. Apesar de vivermos na era da informação e de esta estar disponível para todos à distância de um clique, apenas procuramos saber de algo que nos interesse ou que desperte a atenção. A EM só despertou a minha atenção quando comecei a ver atletas da EM'Força em provas e, destes, alguns conhecidos de provas anteriores em que participei, como foi o caso do João Campos e do Daniel Ramos.

O que mudou a esse nível?
Antes de me associar à equipa li alguma da informação disponível no site da SPEM e fiquei a saber mais sobre a EM, pois quando surge a curiosidade tentamos saber sempre mais e foi o caso.

Como é que faz a preparação para as provas?
Não faço preparação específica nem alimentação. Nesta última, apenas tento não cometer excessos pois certamente depressa voltaria a pesos que não pretendo voltar a ver. No que respeita a treinos, apenas faço algumas corridas, mas nada de mais pois a vida de pai de duas crianças com esposa também atleta não dá para muito pois entre viagens da minha esposa para Lisboa (onde trabalha), acompanhamento aos pequenos, não sobra muito. Quando um corre o outro tem de ficar de baby-sitter. Contudo, penso ser o suficiente para me preparar. Por fim, aproveito as provas como treino extra, onde tenho de dar o meu melhor.

O que podemos esperar do Pedro para os próximos tempos em termos de desafios?
Podem esperar toda a força para levar o nome da EM'Força às provas em que participe, pois neste momento a EM'Força é o meu “combustível”. Os meus próximos desafios serão já no dia 26 de Julho, os 10 Km da Lagoa (Foz do Arelho) e, oito dias depois, o meu regresso a Óbidos, onde fui tão feliz no meu primeiro trail. Desta vez para tentar - aliás, tentar não, fazer - os 50 Km do UTNLO (Ultra Trail Nocturno da Lagoa de Óbidos). Não estando para já inscrito em mais provas, posso desde já garantir que estas depressa surgirão, mas para já preciso de ver a minha reacção aos meus primeiros 50 Km em prova.

Para aqueles que já nos conhecem mas ainda não abraçaram o desafio de correr por nós, o que lhes diria?
Se já correm e têm prazer na corrida mas precisam de uma motivação extra para superar objectivos, corram por quem não pode e abracem esta causa. O apoio da equipa EM'Força é simplesmente fenomenal. Dêem o passo que vos falta e associem-se a esta equipa.

O que gostaria que a EM'Força fizesse por si?
A EM'Força já faz por mim o suficiente. Trata-se mais do que eu posso fazer pela EM'Força e o que eu posso fazer é correr e levar o nome da EM'Força mais longe.

Numa palavra: correr pela EM'Força é...?
Sensibilizar.

Julho 2014

Louzan Trail, Lousã, 2014

Trail Running Vila de Nisa, 2014

Trilho das Dores, Santarém, 2014

Trail do Xisto, Miranda do Corvo, 2015

Trail de Alvorninha, Caldas da Rainha, 2015

Corrida das Fogueiras, Peniche, 2015

Mini-Trilhos dos Templários, Tomar, 2014

Corrida das Fogueiras, Peniche, 2014

10 Km da Lagoa, Caldas da Rainha, 2015

10 Km da Lagoa, Foz do Arelho, Caldas da Rainha, 2014

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Assim que olhamos para a camisola "mágica” apercebemo-nos que muitas pessoas estão dependentes da nossa presença nas provas, para darmos a conhecer a causa e para colocar a Esclerose Múltipla na boca das pessoas.

Chamo-me Pedro, sou casado com a Rita e temos dois filhos, o Lourenço e a Matilde. Residimos nas Caldas da Rainha, mas as minhas origens são de Santarém e neste momento sinto-me um “Atleta”.

Pedro Mendes da Silva no Louzan Trail, em junho de 2014
Pedro Mendes da Silva a finalizar o Louzan Trail, em junho de 2014
Pedro Mendes da Silva no decorrer do Louzan Trail, em junho de 2014
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