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José Pires de Lima faz peregrinação de Roma a Fátima com a camisola "Mágica"

Um dos rostos mais conhecidos da equipa EM'Força nas provas mais a norte do país, José Pires de Lima tem um novo desafio em preparação: uma peregrinação de Roma até ao Santuário de Fátima. Tal como até aqui, também a camisola "Mágica" da SPEM irá acompanhá-lo.


A vestir a "Mágica" desde o início do projeto, em 2012, o José tem o projeto "De Roma ao Santuário de Fátima - Caminhando" em preparação desde há dois anos.


Contando já com uma peregrinação do Porto a Fátima envergando as cores da SPEM, desta vez também quis levar a mensagem solidária por todos os que vivem com Esclerose Múltipla.


Projeto "De Roma ao Santuário de Fátima - Caminhando" - Ajude a SPEM com o seu donativo!

Por ser uma iniciativa bastante original e de grande aventureirismo, quisemos conhecer melhor esta ideia e a forma como todos podem ajudar a SPEM com os seus donativos. Leia abaixo a entrevista e ajude-nos a multiplicar a nossa força!


O José vai iniciar em breve um grande desafio de peregrinação, que o levará do Vaticano até Fátima. Como surgiu esta ideia e porquê o Vaticano?

Quanto mais caminhos “Santos” faço, mais necessidade tenho de os procurar. Até hoje, esses caminhos têm-se resumido a Santiago de Compostela e Santuário de Fátima. Em média têm a duração de 15 dias, já que a vida profissional não permite mais. Agora que a vida começa a acalmar, o que me permite estar mais tempo no caminho, mas também porque a idade não perdoa, por que não fazer a peregrinação da minha vida? E assim nasceu este projeto, dando também ênfase ao Santuário de Fátima.


Sabemos que o percurso que irá adotar o levará por caminhos rurais e florestais. Como é que se vai orientar?

A preparação deste caminho durou cerca de 2 anos, mas ainda hoje vou alterando pequenos pormenores. Levo a informação que entendo necessária: uma descrição de cada etapa, onde evidencio os quilómetros que vou percorrer, o tipo de terreno que vou utilizar, os lugares por onde vou passar, se tenho apoios nesses lugares e, claro está, o trilho gravado no GPS. Os trilhos dos cerca de 3.500 quilómetros estão todos gravados em GPS assim como os desvios para os albergues ou qualquer outro tipo de alojamento.


Não tem receio de o fazer sozinho?

Não vou mentir dizendo que não tenho receio, claro que sim, que tenho algum receio. Mas também tenho um esquema montado de comunicação com a família, que se houver uma quebra nessa comunicação é sinal que alguma coisa correu mal e assim poderão avisar as autoridades. Em casa, também fica tudo o que é necessário para fornecer às autoridades, em caso de acidente, para mais facilmente poder ser localizado.


Mas, curiosamente, para quem caminha sozinho, o nosso maior inimigo é o melhor amigo do homem, ou seja, o “cão”, quando se atravessa aldeias… Mas também vou prevenido para isso.


José Pires de Lima na Meia Maratona do Porto, em setembro de 2016.

Que tipo de logística está a preparar para as dormidas?

Durante os primeiros 1.000 quilómetros, as dormidas serão, na maior parte das vezes, em albergues religiosos, como mosteiros ou casas paroquiais, e pousadas da juventude. Depois, no sul de França, vou dar preferências às dormidas em parques de campismo. Para o efeito, irei enviar para um parque de campismo duma pequena localidade francesa uma tenda ultraleve e um colchão de dormir. A partir daqui a mochila andará mais pesada em 2 Kgs.


Onde não for possível dormir em parque de campismo, ficarei em pequenos hotéis ou residenciais. Entretanto, chegando a Logroño, cruzo-me com o Caminho Francês e, a partir daqui, não necessitarei mais da tenda, porque não faltarão albergues de peregrinos, onde só é necessário o saco-cama.


Como poderemos acompanhar o percurso?

No Facebook, criei um grupo chamado “De Roma ao Santuário de Fátima – Caminhando”, onde coloquei um resumo de cada etapa, com algumas fotos das localidades de passagem. Também será neste grupo que colocarei diariamente algumas fotos e um resumo do dia.


Em quanto tempo espera percorrer este percurso e quais os pontos mais altos pelos quais está mais expectante?

No total, são 139 etapas e penso demorar, com dias de descanso, 5 meses. As expectativas são para quase a totalidade do percurso. De Roma até La Spezia, o caminho é feito através da Via Francigena, uma via utilizada pelos peregrinos que rumam a Roma.


A partir daqui, por ser menos perigoso, decidi fazer o caminho sempre que possível junto ao mar, até Girona. A travessia dos Alpes, em solitário, isso sim, seria extramente perigoso.


Zonas em que tenho alguma curiosidade são a passagem pela zona de “Cinque Terre”, Património da Humanidade desde 1997; passar por uma zona de cultivo de alfazema e, como será primavera, os campos devem estar muito coloridos; na zona de Montpellier, irei caminhar ao lado de lagos e salinas, para depois caminhar durante algumas centenas de quilómetros, ao lado dos canais franceses.


Uma zona que tenho algum receio ao atravessar é o chamado Deserto de Monegros, em Espanha. Zona de temperaturas extremas. Tenho pelo menos uma etapa de 40 quilómetros sem uma localidade de apoio. Assim, nesse dia, tenho de ter a certeza de estar muito bem fisicamente, para poder fazer a etapa sem problemas.


Depois, é o Caminho Francês até Santiago e acabou-se o isolamento, já que este caminho leva diariamente algumas centenas de peregrinos. Após Santiago, farei o Caminho Central Português até ao Porto e, em sentido contrário e finalmente, o Caminho do Norte, rumo a Fátima. Estes dois caminhos já muito conhecidos para mim.

José Pires de Lima, acompanhado de Rosa Bispo, na prova XMas Trail, em dezembro de 2016.

Em 2013, fez uma peregrinação com a camisola “Mágica” da SPEM, do Porto até Fátima. Qual foi a sensação de chegar ao final desse desafio?

Chegar a um Santuário como peregrino a pé, após algumas centenas de quilómetros, são sempre momentos muito emocionantes. Mas Fátima tem uma emoção muito especial e, quando reforçada com o desafio de levar a “minha” “Mágica”, o momento torna-se muito especial e inesquecível.


Como acha que vai ser agora que o ponto de partida é no Vaticano?

Francamente, não sei. Sei que este caminho me vai moldar, mas não sei até que ponto. Também sei que serei uma pessoa melhor e mais forte e chegar a Fátima (se chegar) será um momento que, para já, não sei descrever, apenas sei que será um bom momento e que N. Sra. De Fátima me compreenderá e atenderá os meus pedidos.


Na entrevista que fizemos consigo em 2014, disse que não sabia praticamente nada sobre Esclerose Múltipla quando vestiu a “Mágica” pela primeira vez. O que mudou?

Já visto a “Mágica” desde a São Silvestre de 2012 e durante estes anos tive a felicidade de conviver com alguns atletas portadores de Esclerose Múltipla. Adquiri mais conhecimentos, consciência sobre a doença, que se manifesta principalmente em jovens adultos.


O que o motiva a levar consigo a camisola "Mágica" novamente?

Para além da aventura e da Fé que me move para este caminho, senti necessidade de dar outro sentido à peregrinação e levar a “Mágica” ao Vaticano e transportá-la até ao Santuário de Fátima. Acompanhando-me dia após dia, será, no meu entender, mais um motivo de força e Fé para os doentes de Esclerose Múltipla.


Simultaneamente, será uma boa ocasião para os meus amigos serem solidários com esta causa, convidando-os a efetuar um donativo simbólico à SPEM – Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla. Como agradecimento todas as minhas orações ser-lhes-ão dedicadas, em todos os locais de oração onde estarei nesta peregrinação.


Qual é a sua máxima para esta grande viagem?

Esta peregrinação é uma aventura, mas também é um ato de Fé. Não é nenhuma promessa, mas quero levar o meu coração “Cheio” para o entregar a Fátima, dando um sentido muito especial à minha peregrinação.


José Pires de Lima: "Esta peregrinação é uma aventura, mas também é um ato de Fé"


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